Bento XVI e as Igrejas Evangelicas

O papa Bento XVI afirmou em sua primeira conferência de imprensa na viagem ao Brasil que a proliferação de "seitas" evangélicas na América Latina é também uma demonstração de que há "uma sede por Deus e pela religião". Falando a bordo do vôo da Alitália, sobrevoando o deserto do Saara, ele deixou claro que as seitas evangélicas têm respostas para os problemas da vida cotidiana. Ainda segundo ele, a igreja católica está de fato preocupada com esse fenômeno e tratará do tema em sua reunião da Conferência Episcopal da América Latina. "Queremos ser uma igreja mais missionária", afirmou.

Segundo Larry Rohter, do New York Times, "O papa Bento 16 pressionou o presidente Lula a assinar um acordo diplomático de "interesses comuns" até o fim de seu pontificado. O acordo daria vantagens à Igreja Católica no país. Segundo membros do governo brasileiro, quando o papa e Lula se reuniram em São Paulo, na manhã de quinta-feira, Bento XVI disse ao presidente Lula que o Vaticano gostaria de ver instrução religiosa adicionada ao currículo das escolas públicas brasileiras, em carater obrigatório. E, o presidente, os oficiais disseram, polidamente respondeu que o Brasil oficialmente é um estado laico, com liberdade de religião garatida pela constituição, cortando assim as "asas" das aspirações do Vaticano".

"...According to Brazilian government officials, when the two men met in Sao Paulo on Thursday morning, Benedict told Mr. da Silva that the Vatican would like to see religious instruction added to the curriculum of Brazilian public schools as an obligatory subject. The president, the officials said, politely replied that Brazil is officially a lay state, with freedom of religion guaranteed by the constitution, in effect cutting the legs out from under Vatican aspirations. New York Times .

Comentários:

A despeito do que se pensa, estamos passando por um período de arrefecimento do desejo missionário por parte das lideranças da Igreja evangélica brasileira. Interessante, é notar que a paixão pelas almas, enquanto é almejada por uns está sendo desprezada por outros.

Isto é público e notório. Enquanto alguns segmentos da imprensa evangélica estão ofuscados pela redução de 10% do rebanho católico desde 1993, por outro lado, estão omitindo um informação crucial - que nos anos mais recentes, a velocidade dessa redução praticamente caiu a zero ou traduzindo: batizando apenas os próprios filhos.

O encantamento pela política secular e o apego ao poder eclesiástico, defendido ferrenhamente, estão tirando o foco de pastores, bispos e "apóstolos". Curiosamente o melhor estrategista do momento é o papa. Ele quer uma nova contra-reforma na América Latina e insiste que o governo brasileiro assine um compromisso com o Vaticano para volta do ensino religioso (católico) obrigatório nas escolas públicas - entre outras coisas.

Quem não quiser ver sua Igreja vazia, que abra bem os olhos, pois o Espírito Santo não vai segurar ninguém em igreja morna. E, por outro lado, correrá o risco de ver os próprios filhos aprendendo catecismo romano nos bancos das escolas públicas brasileiras.

É um tempo excelente para implementar uma conferência evangélica interdenominacional. Creio que haverá motivação recíproca nesse tipo de agenda. Nossos inimigos não são o papa nem os irmãos católicos, o passado tem que ficar para trás. O que nos preocupa, hoje, é a conquista de território pelo narcotráfico, uma renda nacional que não se distribui nunca, um ensino fundamental público com baixíssima qualidade, analfabetismo crônico, um povo com muitas doenças, exclusão digital, desmatamento na Amazônia e Mata Atlântica, um decréscimo atordoador da moral e dos bons costumes, corrupção nas três esferas do poder. Pregar um evangelho apenas de "palavras" está desiludindo muita gente.

O Brasil precisa de respostas urgentes. Oração, comunicação, comunhão e ação.

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Conselho: Romanos 12:1-2.

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