sábado, 25 de agosto de 2007

Tam - qualquer semelhanca...

Aeroporto de Congonhas 2007


Qualquer semelhança, não é mera coincidência!

João Cruzué - olhar cristão.

O que aconteceu com o Airbus da TAM, no final da tade de 17 de julho de 2007, foi uma repetição de um acidente, em 2004, com o mesmo tipo de aeronave, um Airbus A320, ocorrido em Taipé, capital de Formosa.

No acidente
da TransAsia Airlines em Taipei, a conclusão da investigação encontrou falhas nos procedimentos de exceção. O avião também estava com o reversor direito pinado. Um relatório do caso diz que o piloto deixou o manete dessa turbina um pouco acima da posição "idle". Isso fez com que os freios aerodinâmicos não fossem acionados e a frenagem automática não engatilhasse.

Ao reverter para a posição manual, a turbina afetada ainda tinha potência e impediu a desaceleração. O Airbus da TransAsia saiu da pista, mas ninguém se feriu, pois havia área de escape naquele aeroporto.
Comentários
No caso brasileiro, o único freio do avião era o reverso esquerdo, os freios hidráulicos não funcionaram e a turbina direita ainda acelerava - semelhante ao caso de 2004.

Não há,
sob as leis da física, uma outra explicação para uma velocidade de 175km, depois de passados 20 segundos, e de 1.000 metros percorridos de pista, que não seja insuficiência de atrito combinada com uma ocorrência de aceleração.

Houve
uma repetição do mesmo problema, mas com um desfecho diferente - 200 mortos.

Responsabilidades
Em nossa opinião leiga, a falta de uma área de escape no final da pista do Aeroporto de Congonhas foi a causa principal das 200 mortes, cuja responsabilidade é do governo federal - diga-se Infraero - e das agências ( cabidões) de "faz de contas". Ninguém morreu em Formosa - China, porque diante da mesma situação havia área de escape no aeroporto de Taipé. Quem sabe agora alguém do governo venha colocar a tranca nesta porta?

É da responsabilidade da companhia européia Airbus, pois se quizesse, não recomendaria a operacionalidade de uma aeronave com um reverso pinado, considerando que haveria possibilidade de mortes em desastres iguais ao de Taipé. Ela ainda orienta, hoje, procedimentos duvidosos ( ver recentes recomendações na imprensa) em lugar do bom senso, que é recolher a aeronave e consertar o dispositivo defeituoso do reverso.

Também é da responsabilidade da TAM, pois sabia do problema de Taipé e continuou com o jato em atividade em nome de uma segurança que só existia teoricamente nos manuais da Airbus. No hora do "vamos ver", a ausência do funcionamento regular do reverso direito foi a causa primária que influiu nos procedimentos seguintes, onde há possibilidades de acontecer uma falha humana. A TAM trocou o certo pelo duvidoso, colocando em risco de morte cerca de 190 pessoas a cada vôo dessa aeronave que estava com um reverso pinado.

Por fim, há que se considerar o estresse de dois pilotos, que no final de um dia cansativo, em meio a um pouso complicado, com pista molhada, tinham menos de 10 segundos para adotar procedimentos de exceção para salvar 187 pessoas e livrar a "cara" do governo e de duas empresas que praticam um capitalismo de ($) resultados. Não deu certo.

Todavia, desta vez a corda não vai arrebentar do lado mais fraco.

João Cruzué - olhar cristão. cruzue@gmail.com

sp-28.07.2007

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