"O principal ponto da ação brasileira, ajuizada na segunda-feira da semana passada, é o pedido para que as empresas recompensem municípios, Estados, União e Distrito Federal pelos gastos no tratamento de doenças causadas ou agravadas pelo cigarro, referentes a um período a ser definido no julgamento da causa", afirma a reportagem.
Os valores seriam estipulados pelo juiz, mas podem resultar em uma ação bilionária. Em um processo semelhante nos Estados Unidos, quatro empresas se comprometeram, em 1998, a compensar os cofres públicos em cerca de US$ 200 bilhões ao longo de 25 anos.
Em outro item da ação, a Promotoria pede indenização para fumantes (ativos e passivos) por danos morais e materiais sofridos pelo consumo do cigarro. De acordo com a Folha, "se o juiz acatar a decisão nos termos do processo, qualquer consumidor poderá entrar com uma ação individual na Justiça pedindo para ser incluído no montante pago pelas indústrias, desde que prove que o cigarro lhe causou danos".
A Souza Cruz possui seis das dez marcas de cigarro mais vendidas do país, entre elas Derby, Hollywood, Free e Carlton. Entre 2003 e 2006, sua receita bruta saltou de R$ 6,8 bilhões para R$ 8,7 bilhões. Paralelamente, os impostos pagos passaram de R$ 3,6 bilhões para R$ 4,6 bilhões. A Philip Morris não informou seus ganhos no Brasil.
BRAZIL - 35 milhões de fumantes ativos
PESQUISA DA UNIFESP -http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u317350.shtml
O percentual de fumantes no Brasil está em 19,3%, segundo pesquisa conduzida pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e a Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. O estudo, de abrangência nacional, aponta que a prevalência é maior nas faixas etárias entre 35 anos e 44 anos (24,4%) e de 45 anos a 59 anos (24,8%).
Foram entrevistadas 3.007 pessoas no ano passado, por meio de sorteio. Dessas, 66% chegaram a fumar em algum momento da vida --sendo que 21,3% só experimentaram e 15,4% já não tinham o hábito de fumar quando a entrevista foi feita. Cerca de 20% fumam até hoje. Nesse universo, 80% são fumantes ativos, ou seja, consomem tabaco por pelo menos 20 dias ao mês.
Um dos recortes da pesquisa aborda os hábitos dos pais dos fumantes. Foi constatado que 27% dos brasileiros têm pelo menos um pai também fumante. A influência é maior entre os adolescentes: 45,4% declararam ser filhos de um pai fumante. Entre os adultos, o percentual cai para 25,1%.
A escolaridade também foi analisada. A pesquisa conclui que o nível de instrução do chefe do domicílio também exerce influência no hábito de fumar. Os fumantes, cujo chefe de domicílio tem nível superior não chegam a 9,5%, enquanto aqueles que tem chefe que não completou o nível primário chega a 20,5%.
A maioria dos entrevistados são contrários ao consumo de tabaco em ambientes fechados e de convívio coletivo. Para 65,8% dos entrevistados, o cigarro não deveria ser liberado em restaurantes e cafés, por exemplo. Nos shopping, 74,3% das pessoas desaprovam o fumo. Em escolas, 92,4% dos entrevistados também acham que não se deve fumar.
A opinião se inverte no caso dos bares. Nesses locais, a tendência é haver uma permissividade maior. Somente 39,7% dos entrevistados responderam que não deveria ser permitido fumar nos bares --em nenhuma área.
O levantamento será divulgado oficialmente durante o XIX Congresso da Abead (Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas), que acontece em setembro no Rio de Janeiro.
fonte: Folha de São Paulo.
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