Empresário foi office-boy aos 14 anos
autor: João Cruzué
autor: João Cruzué
Em um recente comentário publicado no jornal inglês "The Guardian", o jornalista Timothy Garton Ash escreveu um artigo sobre o Brasil que nos chamou muito a atenção. Esse comentário levou-me a um assunto pertinente e relevante - o lado perverso da lei que proibiu o trabalho para menores de 16 anos no Brasil.
No segundo parágrafo do artigo, o jornalista Ash comenta sobre o tráfico de drogas em uma grande favela na Grande São Paulo, ali ele diz mais ou menos isso: Que um grupo de adolescentes traficantes operavam do lado de fora de uma igreja neo-pentecostal, na Favela do Real Parque, enquanto suas mães estavam orando dentro dela.
Segundo ele, a idade dos garotos que adentram às gangs do tráfico de drogas fica entre os 13 e 14 anos. Foram 12 parágrafos graúdos sobre coisas do gênero e, no meio disso, uma entrevista com um garoto de uma escola.
-O que você quer ser quando crescer? foi a pergunta do reporter inglês.
-Um policial! respondeu o garoto.
- Para quê?
- Assim eu posso matar gente! Bang Bang!
O garoto fazia um gesto com os indicadores das duas mãos. Deixando o reporter horrorizado.
Então, foi aí que lembrei-me da alteração nos artigos 402 em diante da CLT - através da Lei 10.097 de 19 de dezembro de 2000 - que passou a proibir o trabalho para adolescentes a partir dos 14 aos 16 anos.
Como nasci e criei-me em um sítio, na realidade comecei a trabalhar já aos quatro anos de idade socando arroz no pilão, lavando vazilhas, carregando água no balde para encher de grande tacho de cobre, cuja serventia era para tomar banho de bacia à noite. Rotina normal, que consumia um tempo muito curto, de todos garotos da minha época. Havia uma preocupação didática com o ensino do trabalho desde cedo. Para estudar eram seis quilômetros de ida e volta - a pé. Eu e centenas de garotos que moravam no campo.
Atualmente, é considerado crime o emprego e exploração de adolescentes, e principalmente de crianças em atividades econômicas. Sei que o espírito da lei é bom, pois visa proteger a vida de um adolescente. Mas será que está protegendo mesmo? Acho que esqueceram de dizer isso para os traficantes de drogas das cidades grandes.
Até bem pouco tempo atrás, era comum ver os "office-boys" correndo pela cidade de São Paulo afora carregando suas pastas, a serviço das empresas onde estavam empregados. Apesar de não ter começado como "boy" observava que eles se vestiam bem e gostavam de calçar os melhores tenis. Eles ditavam a própria moda - e tinham seu próprio dinheiro para gastar. Muitos diretores de grandes empresas foram "boys" na sua adolescência. Entre tantos exemplos, está o empresário da foto acima, Dr. Marcos, que já foi "office-boy" e sua história encontra-se no link abaixo da foto.
Numa grande cidade, onde o sonho de consumo atinge desde a criança até o vovô, a proibição do trabalho dos 14-16 anos tem um lado sombrio. Não existe o costume de dar mesadas na periferia, principalmente em favelas. Um garoto vai precisar de muito, muito juízo mesmo, para não ser cooptado pelos agentes do tráfico. Quem é que poderia viver sem uma moeda no bolso, enquanto presencia traficantes da mesma idade acelerando motos novinhas pelas ruas do bairro? Eu sei que a resposta para isso chama-se Jesus Cristo e a freqüência em uma Igreja evangélica.
O reporter viu alguns garotos "barra pesada" do lado de fora da Igreja, mas se ele entrasse, com certeza presenciaria muito mais garotos dentro dela - que justamente por isso estão longe do tráfico.
Por causa do tráfico, a lei, que era boa, passou a entregar, indiretamente na bandeija, milhares de adolescentes pobres para servir ao tráfico de drogas. Ali eles perdem a sua vida. Podem criticar suas mães que estão dentro da Igreja orando. Talvez estejam orando para que Deus ilumine a mente dos políticos brasileiros e eles abram os olhos para esta triste realidade.
Desde que não prejudique os estudos, nem aconteça em condições indignas, o trabalho ainda é o melhor remédio para a desocupação. No meio cristão é muito conhecido o provérbio " mente vazia é oficina do diabo. " O trabalho é dignificado na Bíblia por que Deus disse que trabalha, enquanto a vagabundagem, haja vista o que está no primeiro capítulo do livro de Jó, é um dos atributos do diabo.
No segundo parágrafo do artigo, o jornalista Ash comenta sobre o tráfico de drogas em uma grande favela na Grande São Paulo, ali ele diz mais ou menos isso: Que um grupo de adolescentes traficantes operavam do lado de fora de uma igreja neo-pentecostal, na Favela do Real Parque, enquanto suas mães estavam orando dentro dela.
Segundo ele, a idade dos garotos que adentram às gangs do tráfico de drogas fica entre os 13 e 14 anos. Foram 12 parágrafos graúdos sobre coisas do gênero e, no meio disso, uma entrevista com um garoto de uma escola.
-O que você quer ser quando crescer? foi a pergunta do reporter inglês.
-Um policial! respondeu o garoto.
- Para quê?
- Assim eu posso matar gente! Bang Bang!
O garoto fazia um gesto com os indicadores das duas mãos. Deixando o reporter horrorizado.
Então, foi aí que lembrei-me da alteração nos artigos 402 em diante da CLT - através da Lei 10.097 de 19 de dezembro de 2000 - que passou a proibir o trabalho para adolescentes a partir dos 14 aos 16 anos.
Como nasci e criei-me em um sítio, na realidade comecei a trabalhar já aos quatro anos de idade socando arroz no pilão, lavando vazilhas, carregando água no balde para encher de grande tacho de cobre, cuja serventia era para tomar banho de bacia à noite. Rotina normal, que consumia um tempo muito curto, de todos garotos da minha época. Havia uma preocupação didática com o ensino do trabalho desde cedo. Para estudar eram seis quilômetros de ida e volta - a pé. Eu e centenas de garotos que moravam no campo.
Atualmente, é considerado crime o emprego e exploração de adolescentes, e principalmente de crianças em atividades econômicas. Sei que o espírito da lei é bom, pois visa proteger a vida de um adolescente. Mas será que está protegendo mesmo? Acho que esqueceram de dizer isso para os traficantes de drogas das cidades grandes.
Até bem pouco tempo atrás, era comum ver os "office-boys" correndo pela cidade de São Paulo afora carregando suas pastas, a serviço das empresas onde estavam empregados. Apesar de não ter começado como "boy" observava que eles se vestiam bem e gostavam de calçar os melhores tenis. Eles ditavam a própria moda - e tinham seu próprio dinheiro para gastar. Muitos diretores de grandes empresas foram "boys" na sua adolescência. Entre tantos exemplos, está o empresário da foto acima, Dr. Marcos, que já foi "office-boy" e sua história encontra-se no link abaixo da foto.
Numa grande cidade, onde o sonho de consumo atinge desde a criança até o vovô, a proibição do trabalho dos 14-16 anos tem um lado sombrio. Não existe o costume de dar mesadas na periferia, principalmente em favelas. Um garoto vai precisar de muito, muito juízo mesmo, para não ser cooptado pelos agentes do tráfico. Quem é que poderia viver sem uma moeda no bolso, enquanto presencia traficantes da mesma idade acelerando motos novinhas pelas ruas do bairro? Eu sei que a resposta para isso chama-se Jesus Cristo e a freqüência em uma Igreja evangélica.
O reporter viu alguns garotos "barra pesada" do lado de fora da Igreja, mas se ele entrasse, com certeza presenciaria muito mais garotos dentro dela - que justamente por isso estão longe do tráfico.
Por causa do tráfico, a lei, que era boa, passou a entregar, indiretamente na bandeija, milhares de adolescentes pobres para servir ao tráfico de drogas. Ali eles perdem a sua vida. Podem criticar suas mães que estão dentro da Igreja orando. Talvez estejam orando para que Deus ilumine a mente dos políticos brasileiros e eles abram os olhos para esta triste realidade.
Desde que não prejudique os estudos, nem aconteça em condições indignas, o trabalho ainda é o melhor remédio para a desocupação. No meio cristão é muito conhecido o provérbio " mente vazia é oficina do diabo. " O trabalho é dignificado na Bíblia por que Deus disse que trabalha, enquanto a vagabundagem, haja vista o que está no primeiro capítulo do livro de Jó, é um dos atributos do diabo.
autor: João Cruzué
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