domingo, 27 de maio de 2007

A Páscoa Judaica


o sêder

O Pêssach
A história de Pêssach, a Páscoa judaica, inicia-se nos dias do patriarca Abraão ( Avraham). Quando o SENHOR prometeu um herdeiro a Abraão, cujas sementes seriam tão numerosas quanto as estrelas do céu. O SENHOR também o informou do longo período de escravidão que seus descendentes sofreriam, por 400 anos, até que fossem libertos.

O primeiro dos descendentes de Abraão a chegar ao Egito foi seu bisneto Yossef (José), cuja miraculosa ascensão de escravo à quase realeza é uma das mais inspiradoras narrativas da Torá. Na dramática história de Yossef e seus irmãos, podemos ver claramente a mão condutora da Divina Providência que levou Jacó (Yaacov) e sua família ao Egito.

A chegada de Jacó (Yaacov) e sua família no Egito foi uma marcha triunfal. Assim foi também a partida, 210 anos depois, de seus filhos, os filhos de Israel, do Egito. Esta era a diferença: a pequena família de setenta pessoas havia se tornado uma nação grandiosa e unificada de três milhões de almas, das quais, 600.000 homens adultos.

A história de Pêssach, termina no seu ponto alto em Shavuot, festa da Outorga da Torá no Monte Sinai, é a história do nascimento de um "reino de sacerdotes e nação sagrada": o povo judeu.

Um mandamento divino

O primeiro Pêssach foi celebrado no primeiro dia do mês de Nissan, duas semanas antes do Êxodo do Egito,

O SENHOR disse a Moisés (Moshê) e a Arão (Aharon): "Este mês será para vocês o começo dos meses; será o primeiro mês do ano para vocês. Vão e falem à toda a congregação de Israel: no décimo dia deste mês, cada homem deverá tomar um cordeiro, conforme a casa de seus pais, um cordeiro para cada família; e deverá mantê-lo até o décimo quarto dia do mesmo mês; e toda a assembléia da congregação de Israel deve abatê-lo ao anoitecer. Deverão pegar o sangue e transportá-lo para as casas onde deverão comê-lo. Comerão a carne naquela noite, tostada ao fogo, com pão ázimo(matsá); comê-lo-ão com ervas amargas... E não deixarão sobrar nada até a manhã; mas aquilo que sobrar até a manhã deverá ser queimado com fogo. E assim deverão comê-lo: com a cintura cingida, com sapatos nos pés e o cajado na mão; e devem comê-lo com pressa, - é o Pêssach do Senhor. E quando Eu vir o sangue, passarei sobre vocês, e não haverá praga que os destrua, quando Eu golpear a terra do Egito. E este dia será para vocês um memorial, e deverão celebrá-lo como uma festa do Senhor, através de todas as gerações.

-Vocês deverão comer pão ázimo, e jogar fora todo alimento fermentado (chamets) de suas casas. Freqüentemente traduzido por fermento e levedura, "chamets" engloba, qualquer alimento produzido com alguma das cinco espécies de cereais - trigo, cevada, centeio, aveia e trigo sarraceno - ou qualquer de seus derivados que tenha entrado em contato com água, pois isso desencadearia o processo de fermentação. A Torá ordena que, antes do início de Pessach, nos desfaçamos de tudo o que é "chamets" em nossa propriedade, em virtude da proibição de usufruir ou tirar proveito do mesmo. Uma busca rigorosa é feita em nossos lares para eliminar qualquer vestígio dos alimentos proibidos.

E seus filhos dirão a vocês: O que significa o Pêssach? Vocês dirão: É o sacrifício oferecido ao SENHOR, que passou sobre as casas dos filhos de Israel no Egito quando Ele golpeou os egípcios e poupou nossas moradas."
As principais leis cerimoniais (mitsvot) do jantar cerimonial do Pêssach (Sêder) são: comer matsá; narrar a história do Êxodo ao recitar a Hagadá e explicar o significado de três itens: Pêssach (cordeiro pascal), matsá e maror (ervas amargas); beber quatro taças de vinho; comer maror; e recitar o Halel (cântico de louvores ao SENHOR).

A título de contribuição para o conhecimento da cultura judaica, nos dias de hoje, vamos publicar como é feita a organização do cerimonial do Pêssach Judeu de 2007 em São Paulo. Há um simbologismo maravilhoso e um nível de planejamento perfeito.

PROGRAMAÇÃO SUGERIDA

PRIMEIRA NOITE DE PÊSSACH
SEGUNDA-FEIRA,
• Acende-se as velas às 17h45
• Na oração da noite, Arvit, recita-se o Halel completo.
• No kidush, acrescenta-se a bênção de shehecheyánu. O kidush encontra-se na Hagadá.
• Após o sêder, antes de dormir, recita-se somente o primeiro parágrafo do Shemá e a bênção de Hamapil. Uma vez que esta é uma noite protegida (lel shimurim), as outras preces de proteção são omitidas.

PRIMEIRO DIA DE PÊSSACH
TERÇA-FEIRA
• A partir de Mussaf (Prece Adicional) do primeiro dia de Pêssach fala-se “morid hatal” (que faz cair o orvalho) na segunda bênção da Amidá (em vez de “mashiv haruach umorid haguêshem”).
• Antes do almoço recita-se o kidush
• Na conclusão da refeição, ao se recitar o Bircat Hamazon (Bênção de Graças), acrescenta-se o parágrafo “Yaalê veyavô”, lembrando a festa de Pêssach.

SEGUNDA NOITE DE PÊSSACH
TERÇA-FEIRA
• Acende-se as velas (a partir de uma chama pré-existente) após as 18h39 (em S. Paulo).
• Os preparativos para o segundo sêder são iniciados somente após este horário.
• Na oração da noite, Arvit, recita-se o Halel completo.
• Desta noite em diante inicia-se a contagem do ômer, que é feita todas as noites até a festa de Shavuot. O texto encontra-se no sidur. (Os quarenta e nove dias entre Pêssach e Shavuot são contados em antecipação ao recebimento da Torá).
• No kidush, acrescenta-se a bênção de “shehecheyánu”. O kidush encontra-se na Hagadá.

SEGUNDO DIA DE PÊSSACH
QUARTA-FEIRA
• Antes do almoço recita-se o kidush
• É costume acrescentar um prato especial na refeição do almoço em lembrança ao banquete que a Rainha Ester ofereceu nesse dia e que levou ao milagre de Purim.
• Na conclusão da refeição, ao se recitar o Bircat Hamazon (Bênção de Graças), acrescenta-se o parágrafo “Yaalê veyavô”.
• Depois do completo anoitecer de quarta-feira (após as 18h38 em S. Paulo), recita-se a Havdalá (encontrada no sidur). A havdalá é a mesma do final do Shabat, omitindo-se as bênçãos sobre as especiarias e as chamas da vela trançada.
• A partir de quarta-feira à noite (até e inclusive 5/12), fala-se “Vetên berachá” (em vez de “Vetên tal umatar livrachá”) na nona bênção da Amidá.

CHOL HAMÔED PÊSSACH – dias intermediários
DE QUINTA-FEIRA, A DOMINGO,
• As atividades criativas normalmente proibidas em Yom Tov são permitidas nos dias de Chol Hamôed exceto em Shabat de Chol Hamôed. Pode-se por exemplo: andar de carro, acender e apagar luz elétrica, etc. Porém, todo trabalho que exija muito esforço, muito tempo ou conserto profissional são proibidos em Chol Hamôed.
• O kidush e as bênçãos das velas não são recitados em Chol Hamôed. Não se colocam tefilin em Chol Hamôed.

• Nas orações de Arvit (noturna), Shacharit (matinal) e Minchá (da tarde), a Amidá recitada é a mesma de todo os dias; porém, acrescenta-se o parágrafo “Yaalê veyavô”, lembrando a festa de Pêssach.
• Também no Bircat Hamazon (Bênção de Graças) acrescenta-se “Yaalê veyavô”.
• Após Shacharit (Prece Matinal), recita-se meio-Halel, uma leitura da Torá e uma Amidá adicional, a de Mussaf de Pêssach.

SHABAT DE CHOL HAMÔED,
• Acende-se as velas na sexta-feira às 17h42 (horário em S. Paulo).
• Não se fala a bênção de “shehecheyánu” no acendimento das velas nem no kidush.
• O texto do kidush é o mesmo de todo Shabat.
• A Amidá de Arvit (noturna), de Shacharit (matinal) e de Minchá (da tarde) são iguais às de todo Shabat, porém, acrescenta-se o parágrafo “Yaalê veyavô”, lembrando a festa de Pêssach.
• Em Mussaf (Prece Adicional), a Amidá recitada é a de Pêssach (Shalosh Regalim), com passagens relativas a Shabat.
• Na conclusão das refeições, ao recitar Bircat Hamazon (Bênção de Graças), além de se acrescentar o parágrafo “Yaalê veyavô” (referente a Pêssach), recita-se a passagem de “Retsê”, como em todo Shabat.
• Em Shacharit (Prece Matinal) meio-halel é recitado.
• Neste Shabat, a leitura da Torá está relacionada à festa de Pêssach (em vez da parashá semanal) e encontra-se no sidur.

SÉTIMO DIA DE PÊSSACH
DOMINGO À NOITE,
• Deixa-se uma vela de sete dias ou uma chama acesa antes das 17h40. (Veja a explicação na pág. 9, “chama-pré-acesa”.)
• Acende-se as velas às 17h40 (em S. Paulo)
• Não se fala a bênção de “shehecheyánu” no acendimento das velas nem no kidush.
• Antes do jantar recita-se o kidush
• Na conclusão da refeição, ao se recitar o Bircat Hamazon (Bênção de Graças), acrescenta-se o parágrafo “Yaalê veyavô”.
• O milagre da Divisão do Mar aconteceu ao amanhecer do sétimo dia de Pêssach. É costume permanecer acordado nesta noite, tal como os judeus antigos o fizeram. Estuda-se Torá durante toda a noite.

SEGUNDA-FEIRA DE DIA
• Em Shacharit (Prece Matinal) meio-Halel é recitado.
• O cântico de louvor pelo milagre da travessia do mar faz parte da leitura da Torá deste dia.
• Antes do almoço recita-se o kidush (pág. 20).
• Na conclusão da refeição, ao se recitar o Bircat Hamazon (Bênção de Graças), acrescenta-se o parágrafo “Yaalê veyavô”.

OITAVO DIA DE PÊSSACH
SEGUNDA-FEIRA À NOITE
• Acende-se as velas (a partir de uma chama pré-existente) após as 18h33 (em S. Paulo).
• Não se fala a bênção de”shehecheyán”u no acendimento das velas nem no kidush.
• Antes do jantar recita-se o kidush.
• Nesta noite e no dia seguinte, mesmo quem toma cuidado para não molhar a matsá durante os outros dias de Pêssach, faz questão de comê-la molhada.
• Na conclusão da refeição, ao se recitar o Bircat Hamazon (Bênção de Graças), acrescenta-se o parágrafo “Yaalê veyavô”.

TERÇA-FEIRA DE DIA
• Em Shacharit (Prece Matinal) meio-Halel é recitado.
• De manhã, antes de Mussaf (Prece Adicional), fala-se Yizcor em memória dos entes falecidos. É importante lembrar que o principal aspecto do Yizcor é a caridade prometida e doada (após o término de Pêssach) em memória do falecido.
• Antes do almoço recita-se o kidush.
• Na conclusão das refeições do dia, ao se recitar o Bircat Hamazon (Bênção de Graças), acrescenta-se o parágrafo “Yaalê veyavô”.
• É costume chassídico fazer uma refeição especial, com matsá e quatro copos de vinho, chamada Seudat Mashiach. Esta refeição tem a intenção de aprofundar nossa conscientização da iminência da Redenção Final. Este também é o tema da haftará do dia. Neste dia é possível realmente sentir a aproximação de Mashiach.

TÉRMINO DE PÊSSACH
• Depois do completo anoitecer de quinta-feira (após as 18h32 em S. Paulo), recita-se a havdalá (encontrada no sidur). A havdalá é a mesma do final do Shabat, omitindo-se as bênçãos sobre as especiarias e as chamas da vela trançada.
• Espera-se mais uma hora antes de abrir os armários de chamêts (vendidos na véspera de Pêssach), para que o rabino tenha tempo de readquiri-los.
• Toma-se cuidado absoluto para não comprar de um judeu, mesmo depois da festa, qualquer produto chamêts que ele não tenha vendido na véspera de Pêssach, porque é proibido usufruir do chamêts que foi propriedade de um judeu durante Pêssach.

Fonte: http://www.chabad.org.br



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