Três conselhos para enfrentar um crise

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Crise

AUTOR: JOÃO CRUZUÉ
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Você sabe o que fazer quando, de repente, uma grave crise se abate sobre você ou sua família? Esta é uma pergunta cuja resposta certa, você apenas descobre depois de passar pelo problema. Geralmente ninguém faz um planejamento para coisas inesperadas. Neste post eu gostaria de deixar algumas experiências aprendidas em tempos de crise. Minha expectativa é que isto seja útil para quem, pelo caminho das coincidências, venha passar por aqui.

Quando eu me vi desempregado, casado, com duas filhas pequenas, no ano de 1993,  não sabia que aquele problema iria durar 11 anos. Em uma visita, a trabalho, que fiz em uma cidade do Grande ABC, conheci uma senhora que dirigia uma instituição dedicada a cuidar de autistas. Ela ainda era jovem, mas me contou que seu filho estava com 30 anos e nunca havia falado. Tive uma rica oportunidade de conhecer, e trabalhar junto, com uma colega, servidora do Estado entre 2012 e 2013. Ela se aposentou e, um ano depois, teve um problema de saúde que a levou à morte. Ela apenas soube que estava com um câncer em estado avançado um dia antes de morrer.

Isto são alguns exemplos de crises. Há muitos outros: Crises sentimentais, crises conjugais, crises familiares, crises profissionais, crises desencadeadas por catástrofes, crises de fome, dívidas descontroladas, crises de fé, crises de identidade, crises existenciais, crises de namoro, novados desfeitos, traições no casamento, abandono de lar, crimes e sequestros, dependência de drogas,  filhos criminosos,  crises econômicas e até falsas crises. Por algumas delas você vai passar ou está passando neste momento.

Outro dia, minha filha começou a enfrentar uma dor nas costas, que foi aumentando, aumentando até que aquele limite de tolerância foi ultrapassado e ela tratou de buscar ajuda em um pronto-socorro. Eu estava lá quando, depois de umas cinco horas, a médica a chamou e depois, estranhamente, também chamou pelo meu nome. 

--O  Senhor é o pai desta moça? Lamento dizer, mas sua filha precisa ser internada ainda hoje. Eram sete horas da noite. Minha filha não estava preparada para ouvir aquela "sentença". Seus olhos ficarem vermelhos, depois, molhados e um pedido: Pai, eu não quero ficar aqui!.

Minha esposa antes de nos casarmos fizemos um convite a um Pastor amigo para que realizasse a cerimônia religiosa. Vinte cinco anos depois, aquele pastor foi diagnosticado com um câncer no intestino. O médico lhe deu uma expectativa de vida: um ano. Estive em sua casa por umas duas vezes e ele conversava normalmente sem tristeza nem abatimento. Por questões de muitos afazeres e vida profissional não mais tive o tempo que tinha (quando desempregado) fiquei distante daquele lugar. Quando voltei ali uns dois anos depois, perguntei pelo Pastor Alcebíades... E ele já tinha "ido embora" há quase um ano.

No final da década de 90, minha parente de Rondônia foi acometida de uma hemorragia vinda do colo do útero, e para não morrer à míngua por falta de um hospital que lhe desse o tratamento adequado, minha tia  a trouxe de avião e a internou no Hospital São Paulo próximo à Rua Borges Lagoa. Ela não sabia que iria ficar deitada por 69 dias um leito de hospital, na posição de barriga para cima, nem que usaria 42 bolsas de sangue.

Para concluir estes exemplos de crises, uma parente próximo passou por uma falsa comunicação de sequestro e quase saiu de casa com certa quantia de dinheiro ao encontro de bandidos que, aí sim, iriam sequestrá-la de verdade. Quem acompanhou de perto os fatos que levaram à morte do Pastor David Miranda, Presidente da Igreja Deus é Amor, vai se lembar que ele teve um problema de infarto. E que este infarto veio em decorrência, também, de uma falsa comunicação de sequestro das filhas por um bandido, provavelmente, preso em uma penitenciária do Rio de Janeiro.

O que você deve saber para enfrentar uma crise? É este o humilde propósito deste texto. Meu desejo é que, se você continuar lendo, é que conheça algumas coisas poderão fazer a diferença em um dia inesperado, quando tudo o mais falhar.

PRIMEIRO CONSELHO

Ninguém, por mais experiente que seja, está preparado para enfrentar sozinho uma crise. 

O próprio Jesus Cristo, tinha por costume orar sozinho enquanto seus discípulos iam para casa ou pegar o barco para atravessar o Mar da Galileia. Mas, quando chegou a semana, do tempo determinado para sua prisão e morte, ele foi orar no Jardim do Getsêmani, mas desta vez não foi sozinho. O evangelista Lucas registrou que sua agonia era tão intensa que seu suor se transformou em grandes gotas de sangue (Lc. 22.44).  Jesus era experiente em crises? Era. Mas, quando a crise vem, ela costuma ser sempre maior do que podemos suportar.

Quando minha parente estava no meio da conversa por telefone com o falso sequestrador, e já estava saindo no portão com seu único dinheirinho para entregar a um bandido de verdade, ela encontrou com um casal de vizinhos, também crentes. Eles a atrasaram. Daí a pouco, chega seu pai do trabalho e a primeira coisa que decidiram fazer foi ORAR.  Depois de uma curta oração procuraram entrar em contato com a pessoa que diziam ter sido sequestrada. A ligação para o celular de uma amiga, trouxe a seguinte resposta: Sua mãe está bem na minha frente, sentado no banco da Igreja. Neste ponto, o engando no diabo foi descoberto. É tão diabólico estas coisas, que o bandido que ameaçava no telefone não ligou mais.

Qual é então a decisão certa a tomar diante de uma crise: Nunca ficar sozinho para tentar resolvê-la, ainda mais, porque nem Jesus enfrentou sozinho a crise do Getsêmani.  Esta recomendação tem fundamento bíblico no capítulo 4, vv. 9-12 do Livro de Eclesiastes:

Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. 

Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante. 

Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só, como se aquentará? 

E, se alguém prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa. 


SEGUNDO CONSELHO

Busque ajuda de DEUS através da oração de do jejum.

Não faz muitos dias, um bom colega de trabalho me fez esta pergunta muito importante: João para que serve o jejum? Naturalmente eu expliquei o significado fazendo uma analogia com o dia a dia de nosso trabalho naquele lugar.

Quando o problema a ser enfrentado não é tão difícil, você se utiliza de um recurso chamado ORAÇÃO. Eu costumo brincar quando explico o que ORAR para mim. Orar é como namorar. Você senta ao lado da pessoa amada e conversa normalmente com ela. Se você ficar repetindo uma frase decorada por cinco, dez  ou cinquenta vezes, sua namorada vai achar que você não é um cara autêntico, pois não sabe tirar uma palavra emocionante do próprio coração. Orar é falar com DEUS usando palavras autênticas que devem brotar do seu coração.

Quando você está enfrentando uma crise e, principalmente, uma crise inesperada - além da oração - você precisa adotar a prática do jejum. Você ora enquanto jejua. Fazendo uma analogia para compreender melhor o que é o ato de jejuar. Quando um cristão somente ORA a Deus ele está querendo dizer que tem um problema, mas que ele não é tão grande assim. Mas quando ele jejua e faz uma oração a Deus ele está pedindo um SOCORRO URGENTE a Deus.

O jejum é uma forma extrema de pedir socorro a Deus.  Ele dá peso à oração. Se você tem um tijolo de um quilo no prato de uma balança. Para fazer este prato com o tijolo subir, você precisa colocar algo no outro prato. Você olha ao redor e descobre que há uma máquina que imprime um cartão de visitas a cada dia por vez. Daí você vai colocando aquele cartão todo dia naquele outro prato da balança. Fazendo as contas,  você descobre que para subir aquele prato com o tijolo até o equilíbrio dos pratos vai gastar uns 11 anos. Então você para e pergunta para você mesmo: se este tijolo de um quilo simboliza a crise pela qual estou passando, será que é da vontade de Deus que eu leve 11 anos para sair dele? O jejum é um ato voluntário e bíblico, já experimentado por vários personagens bíblicos em situações de perigo ou de grande necessidade, que dá peso aos "cartões", ou melhor, que dá asas à sua oração para levá-la mais rápido até diante do trono da graça de Deus.

Toda crise pode ser resolvida com jejum e oração? Sinceramente - não!  No capítulo 12 de Atos dos Apóstolos mostra que é a vontade de Deus que decide a resposta de cada caso, porém,  diante de uma necessidade justa, na maioria das vezes, Deus concede o escape ou a solução da nossa crise.


O que seria uma necessidade justa? Digamos que você tenha um comércio de roupas. Como Levi Strauss possuía na Cidade de São Francisco antes do grande terremoto de 18 de abril de 1906. Ele perdeu toda mercadoria e equipamentos no sismo e no incêndio que se seguiu naqueles dias. Um ano depois ele já tinha reconstruído todo seu patrimônio e foi ainda mais próspero depois, do que antes do grande abalo que matou mais de 3.000 almas e deixou 225  mil desabrigadas. Eu não sei se aquele senhor judeu jejuou para ter de volta seu patrimônio, provavelmente, sim.  Agora digamos que eu, tivesse um estabelecimento do mesmo tamanho, na mesma cidade e no mesmo lugar. Como na área do meu estabelecimento o abalo não tenha sido forte nem houvesse incêndio (estou fazendo uma suposição) eu ouvisse o conselho de alguém, dinamitasse a loja e pusesse fogo em tudo. Você acha, que mesmo com oração e jejum Deus iria ouvir minha oração? Usei este argumento extremo para dar uma ideia razoável do que seja uma necessidade justa.

Deus é um ser moral. Ele conhece o bem e o mal, mas ama o bem e aborrece o mal. Não é propósito deste texto adentrar por este assunto, mas falar sobre decisões em tempos de enfrentamento de grande crise.


TERCEIRO CONSELHO

Deus está ao alcance de todos.

É certo que somos criados com a faculdade do livre arbítrio. Deus não castiga logo o pecador no ato do seu pecado. Deus é longânimo, como o pai do filho pródigo. O filho foi se embora, mas o pai, todo dia, olha pelo caminho que o moço tomou, na esperança de, um dia, vê-lo, voltando. Por causa deste livre arbítrio não somos robôs nem como computadores que usam processadores Intel Core i7 nem sistema operacional Windows 10. Cada um de nós pode escolher ser um ateu, um comunista, um socialista, um presidente, um traficante, um homossexual ou um cristão ortodoxo ou fundamentalista.

Um fato é inegável: Diante de uma crise grave e inesperada, os fundamentos emocionais e intelectuais de cada um desabam ao experimentar a  mesma força de um "big one" de São Francisco. Nesta situação, toda aquela empáfia, arrogância, desprezo, indiferença, nojo de DEUS se acabam na hora. Quem não se lembra, ainda há poucos meses, de fato acontecido nos Alpes Franceses, aonde caiu aquele Airbus A-320 com 144 passageiros e cinco tripulantes a bordo? O desespero das pessoas a poucos minutos da morte,  revelado na divulgação de parte do que foi degravado da "caixa preta". É preciso estar preparado, diante da crise, mesmo para o imponderável.

Toda criatura tem direito de escolher entre amar, odiar, crer ou ser indiferente a DEUS, mas Ele existe. A Bíblia registra no Salmo 101.6 uma palavra do próprio Deus "Os meus olhos estarão sobre os fiéis da terra, para que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse me servirá." 

Quem é Deus: Deus é único e eterno. Não tem começo nem fim. Não está limitado ao tempo-espaço, por outro lado, a Bíblia registra que Ele é o criador dos céus e da terra, e que o homem foi feito à sua imagem e semelhança, mas que por um ato de desobediência se corrompeu, pecou, e passou a condição de um ser mortal. Deus fez uma aliança com Abraão que na época não era judeu, mas nascido na cidade de UR , na Caldeia. E está promessa foi: Em ti - Abraão - serão benditas todas as famílias da terra. E a razão desta promessa era, que um dia Deus iria enviar seu Filho unigênito a terra, e ele seria descendente da família de Abraão. O plano de Deus de enviar seu Filho Jesus Cristo ao mundo tinha por missão resgatar o homem da miséria do pecado, para levá-lo a ter de volta a comunhão perdia da Deus. Jesus se humanizou para este propósito. Em Jesus Cristo, o filho do Deus Altíssimo, toda alma pecadora tem direito ao perdão e de se tornar um filho de Deus por adoção. Basta se aproximar de Deus, dar lugar à sua voz e buscar o arrependimento com sinceridade. Sobre isto você pode conhecer mais em Primeiros Ensinos Cristãos.

Enfrentar uma crise grave, sem buscar a ajuda de Deus tem sido, por exemplo, a principal razão da prática do suicídio. A pessoa pensa que não há mais razão para viver ou que não há mais uma saída para seu problema. Este pensamento está errado. Jesus Cristo mesmo disse: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Se há um caminho é porque há uma esperança. Se há uma verdade é porque existem muitos sofismas, falsas portas fechadas. Se Jesus é a vida, então, Jesus é melhor que a morte. Quando alguém busca sua reconciliação com Deus, por meio de aceitar seu filho Jesus Cristo como Senhor e Salvador, este alguém passa a ser observado de perto pelos olhos do Senhor Deus Altíssimo. Como aquele pai do filho pródigo da Bíblia que recebeu aquele moço ingrato e irresponsável com um abraço e uma festa, assim é a atitude e o amor de Deus para com aqueles que se aproximam dele.


CONCLUSÃO:

Na verdade, cada um de nós, mais cedo ou mais tarde, vai enfrentar ou está enfrentando um grande abalo emocional em sua vida. Quando a crise vem, não há tempo para fazer um plano nem traçar uma estratégia, pois seu emocional vai ficar um "bagaço". Nunca fique sozinho diante da crise, busque ajuda. Se você é um cristão fiel, ore. Se a situação ficar desesperadora, acrescente o jejum às suas orações. Se você já foi um cristão, mas está desviado, quando o abalo vier, você não vai sobreviver. Seu melhor plano é voltar para o Senhor Jesus, hoje, e andar com sua vida perfeita diante Dele. Se você não tem nenhum interesse em se aproximar ou mesmo odeia ouvir falar de Deus, não importa, Ele está lá, e todo dia olha para você, disposto a perdoá-lo, e pronto para lhe mostrar qual é o propósito de você estar vivo; qual a razão da sua existência. Uma desculpa de que "não sabia" e que "nunca ouviu alguém falar de Deus,  você não poderá dar no dia que for prestar contas dos dias da sua vida a ELE. Este dia do Accountability é muito conhecido, mesmo de quem não é cristão.

Com a graça de Deus, humildade, oração e jejum, todas as crises podem ser enfrentadas e a maioria delas VENCIDA.


Com carinho, Irmão João, cruzue@gmail.com



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